Espírito Santo – Espírito de Deus

Envias o teu Espírito..., e assim renovas a face da terra. [Salmo 104:30]
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O Espírito é livre
Nós sabemos que ele
Se move com poder

Mas não podemos prever
A direção do seu mover

Nós somos as sementes
Ele é a chuva que vivifica
E faz brotar a semente

Tudo que podemos fazer
É nos mover com ele
Quando ele se move

Somos a folha caída, ele é o vento
Que nos levanta e nos leva por caminhos
Que jamais poderíamos trilhar por nossa conta...


* * * 

No princípio, quando tudo começou, quando tudo era abismo e escuridão, sobre a terra sem forma e vazia, ele se movia. E acima de tudo que pairava, comunicava vida, beleza, forma, sentido e alegria...


Do mesmo modo, com o mesmo poder e graça, em todas as épocas, do começo ao fim dos tempos, acima da natureza tenebrosa do coração humano, o Espírito paira como uma reconfortante brisa que acalma as tempestades da alma, um sol que brilha e ilumina a escuridão do coração, uma chuva mansa e desejável, graça que absolve, alegra e faz florir os desertos dessa nossa vida sofrida.


É dele, e somente dele, fulgor celeste que se move sobre o seio sombrio das eras passadas, das cruzes desse tempo presente e das expectativas de um incerto futuro longínquo, que se estende e desce sobre o coração faminto dos povos, o entusiasmo que motiva a vida e a luz que se desdobra, ilumina e pacifica o caminho dos homens de boa vontade, que lutam - a preço de fé, batizados a suor e sangue - pela construção de um mundo melhor.


De pentecostes a pentecostes, em rota de colisão com os cavaleiros do apocalipse, contra as forças assustadoras que combatem a esperança, esfriam o amor e submetem e provam - a ferro e fogo - a alma dos homens de fé, o Espírito de Deus é poderoso e a sua capacidade de vencer a morte, sustentar a vida, inspirar significado e restaurar o valor e o sentido original das coisas simples desta vida, não conhece limite algum.


Quando ele passa - transforma corações - e faz novas todas as coisas. Inspira as palavras dos poetas, move o coração dos profetas e faz renascer a antiga, esquecida e universal linguagem do coração: fé, esperança e amor.


Quem é como ele? Ele abate os orgulhosos e eleva os humildes de espírito. Ele retém o mal... Ele derruba reis... Sem pedir licença a qualquer poder, potestade ou domínio, ele passeia livremente por toda a terra e nela realiza a obra de Deus, chamando e ungindo homens e mulheres, para que preguem boas novas aos pobres, proclamem liberdade aos cativos, restaurem a vista aos cegos, e libertem os oprimidos de alma.


Acima de qualquer império, rei ou tirano, por mais poderoso que seja, ele paira soberano. Nenhum leão ronda ao seu derredor. Nenhum poder segura os seus passos. Como um resplendor sem nuvens, ele olha as trevas nos olhos e elas tremem e se retiram.


Variadas são as suas obras... Ao seio dos povos desolados, humilhados e injustiçados, roubados em suas esperanças, Deus o envia e ele batiza e renova o coração dos homens. Ressuscita sonhos, sacia a fome de justiça e anuncia tempos de paz aos homens de boa vontade... Ele sopra como o vento e sussurra como a brisa suave que vem do mar. Ele se move com a suavidade das águas de um rio calmo e cristalino, ou corre com a fúria de uma tempestade de ventos, raios, trovoadas e relâmpagos.


Terrível como as labaredas de um fogo consumidor, exércitos, soldados, fronteiras geográficas, psicológicas, espirituais, culturais, econômicas, ou o que for, nada tem poder para impedir o seu mover. Em todas as nações, povos, línguas e lugares, todo dia, o tempo todo, sem cessar, ele convence do pecado e do juízo. Ele fala aos corações e chama todos ao arrependimento...


Ninguém pode tapar os ouvidos ao seu chamado. Ninguém pode dizer que não viu. Ele abre os olhos dos cegos e sussurra vida aos ouvidos surdos. Ninguém pode reclamar de falta de sentido e significado. Aos que não fogem da luz e amam a verdade, sem exceção, ele visita e dá sonhos, visões e novos motivos para levantar, viver, acreditar e amar. Ele fortalece o cansado de espírito e coloca de pé o desanimado de alma. Ninguém pode se dizer insensível... Ninguém pode dizer que não sente... A todos ele dá um novo coração.


Sem qualquer intermediário, dia e noite, ele fala direto ao coração das pessoas. Ele fala aos homens em pleno meio-dia, no meio da rua. E ele fala também nos sonhos dos homens, quando eles, cansados do dia - e sem tempo para Deus - caem em sono profundo.


Ele visita o encarcerado, vigia o doente e conforta o deprimido. Ele zela por todos que são de Cristo. Ele é o selo da nossa salvação.


Em tempos de morte
Ele inspira vida
Em tempos de incerteza
Ele inspira fé
Em tempos de choro
Ele inspira alegria
Em tempos de perseguição
Ele inspira coragem
Em dias de tristeza
Ele inspira e cânticos de júbilo
Eu dias de guerra
Ele inspira a paz
Em dias maus
Ele inspira perdão e amor
Em dias de ameaça e arrogância
Ele derruba o cavalo e o seu cavaleiro


Cercados por inimigos, caluniados e ameaçados por leões que rugem ao derredor, quando vencidos pelo cansaço, dormimos e repousamos, ele não repousa nem dorme. Sob o seu olhar, dormimos e acordamos em paz e segurança. Enquanto dormimos, ele vigia e zela por nós. Ele nos livra do mal. Nenhuma arma forjada contra a nossa alma prosperará. E quando tudo desaba, ele faz com que todas as coisas cooperem para o nosso bem e nos conduz cada vez para mais perto do amor de Cristo.


Caminhos estreitos, caminhos largos, luzes ou escuridão...Bares, bordéis ou templos... Religião fanática ou ateísmo radical, tudo para ele é a mesma coisa. Impérios ou ilhas de solidão, nada impede a sua ação. Ele toma e chama para si, homens carnais – os piores, os que ninguém deseja ou acredita, os malditos, os renegados da terra e os abandonados por pai e mãe - e os transforma em homens de vida, verdade, espírito e justiça. Ele transforma loucos em sábio, medrosos em valentes e pecadores em santos... Ele muda o coração e o destino dos homens.


Como um vento suave que limpa o ar e renova a vida, ele sopra onde quer. Para ele, qualquer um, rico ou pobre, grande ou pequeno, fariseu, judas, cobrador de impostos ou pescador, não importa, todos os homens são uma coisa só: alvos do imensurável amor de Deus. Todas as almas são dele e ele chama, capacita e santifica quem ele quer, na hora que quer, e sem pedir permissão a ninguém. A todos, sem aviso, de súbito, ele surpreende, entra no barco, senta na mesa, derruba do cavalo, chama ao arrependimento e oferece vida nova...


Ele farta a alma sedenta e enche de bens a alma faminta. Ele unge o humilde e fere o arrogante, que desaba como uma casa velha construída sobre um monte instável de areia.


Ele envia e guia homens até os confins do mundo, mas antes de qualquer homem, ele mesmo, por sua própria conta e vontade, é o primeiro que chega aos confins da terra. Ele não envia ninguém a lugares onde ele mesmo já não tenha estado e começado um incêndio no coração das pessoas. Ele faz corações arderem de amor por Deus. Ele desperta almas adormecidas para a verdade. Ele começa um despertamento que se espalha por outros corações. Sim, ele incendeia corações de amor por Deus, e só depois envia pessoas para apagar o incêndio. Ele cria a fome da Palavra de Deus e envia pessoas para saciar a fome dos povos. Antes das palavras de qualquer pregador, ele chega primeiro ao coração dos homens.


Antes que qualquer oração seja proferida, ele já se encontra agindo nas profundezas dos corações, iluminando escuridões, rompendo solidões, sarando feridas, criando alegrias novas, renovando a vida, fazendo novas todas as coisas, criando novos sonhos, dando novas visões e concedendo novos motivos para levantar da cama e viver.


Ele destrói fortalezas e aniquila preconceitos. Ele brilha como um relâmpago na escuridão. Com ele, em qualquer caminho, em qualquer situação, estamos seguros. Sem ele, a nossa vida neste mundo que jaz no Maligno, seria completamente impossível. Sem as suas misericórdias, num instante, seriamos consumidos e destruídos pela indiferença do mundo.


Dele, que nos envia a lugares que não conhecemos, vem a sabedoria para compreender os entroncamentos e perigos do caminho. Dele, que ora por nós com gemidos inexprimíveis, vem a força que anima os nossos passos e a luz que ilumina o nosso caminho.


Se ele permanece em nós, em comunhão com o nosso espírito, sabemos que somos filhos de Deus. Se ele se retira de nós, a nossa consciência cauteriza, o nosso coração vira um pedaço de pedra inerte dentro do peito, a nossa fé vira exibicionismo, a nossa capacidade de amar sem barganhas morre, perdemos a certeza de que somos filhos de Deus e o nosso coração se torna cego, surdo e insensível, e nada mais cremos ou percebemos das coisas que se discernem espiritualmente.


Por fim, cheios de pecados e dúvidas, desconfiamos da divindade de Jesus, duvidamos da existência de Deus e mergulhamos no submundo espiritual da existência, vivendo e sofrendo a mesmice e o tédio de uma existência vazia de transcendência, aguardando com ansiedade o fim de tudo.


Sim, pelo tempo que ele permanece em nós, transbordando como um rio de água viva, a nossa existência igualmente transborda cheia de vida e sentido. Se ele se retira, a nossa vida fica vazia...E tudo fica sem sentido.
_VBMello
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